Audiodescrição

O que é a Audiodescrição?

15/01/2020

Afinal, o que é a Audiodescrição? A definição padrão é que ela é “uma faixa narrativa adicional para pessoas com deficiência visual, intelectual, dislexia e idosos, consumidores de meios de comunicação visual, onde se incluem a televisão, o cinema, a dança, a ópera e as artes visuais”. Porém, o que isso significa no dia-a-dia? Como funciona?


Imagine que você, vidente, está assistindo seu programa favorito e, entre uma fala e outra, entra a voz de um narrador, uma voz neutra e diferente das vozes dos personagens, e ela narra o que você. Se o ambiente mudou, se uma pessoa pulou de um carro ou um prédio, sacou uma arma, etc.. No caso de uma peça de teatro ou uma ópera, o narrador pode falar da posição daquele ou de outro ator no palco, da entrada ou saída de mais atores na cena, do vestuário, da maquiagem, de qualquer elemento, enfim, que seja possível de ser descrito dentro do tempo limite disponível para essa descrição.


Apesar de parecer uma tarefa relativamente simples para quem a desconhece, fazer a audiodescrição uma imagem estática já é um desafio por si só, desafio esse que apenas aumenta quando essa imagem ganha movimento, som e cores, como um filme. Para fazer um roteiro de audiodescrição, é necessário seguir algumas diretrizes básicas de descrição (por exemplo, se você começa a descrever da direta ou da esquerda, do fundo para frente ou da frente para o fundo), aprender a ser objetivo, claro, direto e não contar histórias para quem estiver ouvindo sua narração, apenas dizer o que está aparecendo, sem interpretações pessoais.


Além disso, é necessário prestar atenção se o que você está escrevendo fará sentido para quem ouvir ou se existem palavras que podem confundir a pessoa com deficiência visual ou baixa visão. Será que todo mundo sabe o que significa azul celeste? Ou careta? E cara de bravo? Nem sempre o que é óbvio para nós é óbvio para todos, e ao fazer uma audiodescrição, todos esses elementos e essas diretrizes têm de estar sempre em mente, para a narração final se transforme numa imagem na mente de quem a ouve com facilidade. Ademais, depois de concluir seu roteiro, ele deve passar por um consultor, uma pessoa com deficiência visual e treinamento em audiodescrição, que irá avaliar o que pode ser melhorado no seu roteiro, para que as alterações finais sejam concluídas e ele possa, então, ser gravado num estúdio profissional.


Apesar de hoje em dia já termos diversas ofertas de cursos de audiodescrição e cada vez mais profissionais se capacitarem para cumprir essa função, ainda são poucos os cinemas que possuem o equipamento ou conhecimento sobre o equipamento de audiodescrição, poucos os canais que ofertam programas com AD, e até mesmo os serviços de streaming também não tem muitos programas em seu catálogo com AD disponível. Por isso, é importante que quem conhece esse serviço o exija sempre que for no cinema, enviando e-mails para sua empresa de streaming ou canal de TV favorito, e assim por diante, para que logo todo conteúdo disponível para vidente esteja, também, disponível para pessoas com deficiência visual, intelectual, dislexia e idosos.